Aula pública comemorou os 40 anos do Curso de Psicologia e o Dia do Psicólogo.
Realizado pelo Diretório Acadêmico Nise da Silveira, evento promoveu o debate em torno da questão: “Quem deve lutar pela Psicologia?”
Em 2019, o curso de Psicologia da UCS completa quatro décadas de existência. Para marcar o ano de comemoração, o Diretório Acadêmico Nise da Silveira, com o apoio da coordenação do curso, organizou uma aula pública, realizada no Centro de Convivência na quarta-feira, dia 27 de agosto – data em que se celebra nacionalmente o Dia do Psicólogo.
Durante o encontro, houve a apresentação do slogan em comemoração aos 40 anos do curso. O argumento “Vários caminhos, um só curso”, foi criado pela estudante Jennifer Craco Santos, do segundo semestre. O grupo caxiense Slam das Manas abriu a programação com uma atividade literária e cultural em que, através da poesia, tocaram em assuntos contemporâneos como machismo, política, racismo e outros temas que merecem atenção no contexto atual.
A aula pública, por sua vez, propôs o questionamento: “Quem deve lutar pela Psicologia?”, avaliado pelas professoras Luciene Jung e Daniela Duarte Dias. “Se a Psicologia não lutar pelo sujeito, não apontar os impactos na saúde mental do trabalhador, quem vai apontar? Ao se calar, quem perde é a Psicologia, pois ela abre mão daquilo que lhe é mais caro: o saber sobre o sujeito produtivo, centro da exploração anarcocapitalista”, discorreu Luciene.
Conforme a professora, a Psicologia é uma ciência de interpretação e precisa se manifestar teórica e tecnicamente na prática social para responder ao mal-estar civilizatório, produzido ideologicamente, no jogo de forças do sistema vigente. “Ela precisa estar consciente sobre a serviço de que e de quem está a sua técnica. A Psicologia não pode ceder à ambição de tratar o sujeito como um instrumento”, definiu.
A professora Daniela Duarte Dias destacou que, na atualidade, há uma divisão em dois projetos. Ela reforçou que, na História da Psicologia, existiram movimentos adaptacionistas, mas isso teve uma mudança no final da década de 1970, com o advento da Psicologia Comunitária na América Latina. “O sujeito que renuncia a pensar por si mesmo, o sujeito que só lê mensagens curtas, são conceitos que precisam ser atualizados na sociedade de controle”. Ao tratar do obscurantismo na ciência, ela destacou que, hoje, o “sujeito que sabe é aquele que duvida, mas questiona a partir de perguntas corretas. Hoje, a grande rebeldia é estudar”, frisou.
Ao encerrar o evento, a coordenadora do curso, Rossane Frizzo Godoy reforçou que a luta em torno da Psicologia “exige rupturas e uma saída de todos da zona de conforto”. A atividade contou ainda com a presença do diretor da Área de Humanidades, Everaldo Cescon.
Fotos: Virgínia Severo/ Divulgação