CIC de Garibaldi completa 100 anos e lança obra comemorativa pela EDUCS
Livro revela uma trajetória que se confunde com o próprio desenvolvimento do município
Além de contar a história da Câmara de Indústria e Comércio (CIC) de Garibaldi e das entidades que a precederam, o livro presta justa homenagem aos empresários garibaldenses que, baseados no espírito do associativismo, fomentaram o desenvolvimento do município por meio da atividade empresarial, nunca esquecendo a participação ativa na solução de demandas da comunidade. O contexto histórico se inicia nos anos 1900, após a emancipação da antiga Colônia Conde D’Eu, e retrata a situação política, econômica e social da época e os cenários que impulsionaram a criação da primeira entidade da classe empresarial do município. Ao mesmo tempo, a obra analisa as oportunidades e os desafios do futuro diante da velocidade cada vez maior das transformações nos cenários econômico, tecnológico, ambiental e social.
A publicação foi escrita pelo jornalista formado pela Universidade de Caxias do Sul Cassius André Fanti, nascido em Garibaldi, em 1975. Fanti foi assessor de imprensa da Prefeitura de Garibaldi e, desde 2001, está à frente da assessoria de comunicação da CIC Garibaldi. Sua ampla experiência na área jornalística e sua vivência junto à cidade de Garibaldi contribuíram para o processo de pesquisa e construção do livro. Saiba mais sobre a pesquisa na visão do autor:
Dentre as ações de comemoração aos 100 anos da CIC Garibaldi está a segunda publicação com a EDUCS – a primeira foi o livro comemorativo aos 85 anos da entidade. Na apresentação da obra é destacada a importância de fazer um tributo à história da entidade. Quais são os principais objetivos da publicação?
A trajetória da CIC Garibaldi se confunde com a própria evolução do município. Além de oferecer uma visão da história da entidade, a publicação busca ser uma fonte de inspiração para empreendedores e líderes empresariais. O livro mostra como a dedicação, o trabalho em equipe e a visão estratégica podem transformar uma comunidade, e como é possível alcançar grandes resultados a partir de pequenas ações. Traz também os principais acontecimentos que marcaram a Associação Comercial de Garibaldi, o Centro da Indústria Fabril e a Associação Garibaldense de Avicultores, três entidades pioneiras que se uniram e deram origem à Câmara de Indústria e Comércio. A obra também analisa qual será o futuro da CIC Garibaldi. Os primeiros 100 anos são um marco para qualquer entidade. Poucas, aliás, alcançaram essa marca no Rio Grande do Sul. A questão que nos apresenta a partir de agora é: “O que esperar do futuro?”.
Como foi feita a pesquisa?
A base desse trabalho iniciou com o lançamento do livro dos 85 anos da CIC, em 2009, tendo como autor o ex-prefeito Vandenir Antônio Miotti. Inclusive, foi ele quem iniciou a revisão para esta edição atualizada e ampliada. O destino, porém, interrompeu bruscamente a sua vida. O seu falecimento, em setembro de 2022, deixou todos da equipe da CIC muito consternados e abalados. Coube a mim, colega de sala, a continuidade do trabalho, cujas informações eram temas de conversas frequentes. O fascínio pela história nos aproximou, e a responsabilidade de continuar seu trabalho é um motivo mais do que justificável para tornar essa obra um tributo à sua memória. Além de entrevistas e pesquisas em documentos e publicações, as informações para esta edição se concentraram em materiais que juntei ao longo dos anos atuando no setor de comunicação da CIC, tendo sido testemunha dos fatos nos últimos 30 anos.
Para quem foi escrita essa obra?
O público principal da obra são os dirigentes de empresas associadas. Porém, pela sua interligação com a história de Garibaldi e pelos fatos importantes que se entrelaçam, o livro também oferece informações para estudantes e apreciadores de leituras sobre a história regional.
Poderia destacar as principais contribuições da CIC Garibaldi para o desenvolvimento regional?
A história da CIC tem, na sua essência, a participação de empreendedores de diversos segmentos, representatividades, anseios e influências. Como entidade de classe, que tem entre os seus objetivos a representação e a defesa dos interesses do setor empresarial, a CIC, ciente, também, da sua responsabilidade social, em todos os seus períodos colocou-se lado a lado com o Poder Público e a comunidade garibaldense na formulação de inúmeras reivindicações e no encaminhamento de soluções para os mais diversos assuntos de interesse da coletividade. A construção da Rodovia São Vendelino, uma das maiores conquistas compartilhadas da entidade, concretizada em 1970, é um dos exemplos de grande impacto. A entidade tem forte ligação com o setor turístico, tendo sob seu guarda-chuva a Rota dos Espumantes e o Centro Empresarial e Cultural, responsável pela organização da Fenachamp, evento que teve suas origens a partir de iniciativa da entidade. Recentemente, a CIC esteve à frente dos movimentos para uma alternativa ao Trevo da Telasul, uma interseção rodoviária palco de incontáveis acidentes e dezenas de mortes. Outras iniciativas foram intervenções da entidade como a implantação da Escola Profissionalizante do Senai, uma rótula na Buarque de Macedo com a RSC-453 (local de muita movimentação devido à existência de grande número de empresas) e a inclusão do trecho da BR-470 no projeto de duplicação do Lote 3 da concessão de rodovias. A CIC conquistou sua credibilidade por meio da conjugação do trabalho persistente de sua equipe e do direcionamento de suas atividades aos anseios de seus associados, o que lhe rendeu o título de entidade de utilidade pública por suas ações em prol do desenvolvimento da coletividade, por meio do Decreto Municipal nº 3.201, de 3 de abril de 2007.
Que contribuições a publicação junto à EDUCS traz para a sua obra?
Todo o processo de edição e revisão, com o olhar atento e isento da EDUCS, garantem maior clareza e entendimento do texto. Além disso, o layout e resultado gráfico final proporcionaram à obra um requinte por sua elegância e apresentação.
“Uma atuação estratégica e proativa da entidade será fundamental para que ela se mantenha relevante e efetiva em sua missão de representar, apoiar e fortalecer o setor empresarial em meio aos desafios e às oportunidades que o futuro trará. Nos próximos 100 anos, cada vez mais teremos que nos preocupar e estar atentos ao impacto das tecnologias emergentes, à economia circular, à sustentabilidade, à resiliência e à adaptação a desafios cada vez mais surpreendentes, além de parcerias estratégicas, novos modelos de negócios e trabalho, cenários políticos e legislações, internacionalização das empresas, concorrência global e capacitação constante para acompanhar as demandas do mercado e as transformações tecnológicas. Importante: todas essas previsões e suas variáveis devem acontecer sem que a entidade perca a sua essência, que é imutável e perene.”