Ilze Scamparini fala sobre sua experiência de correspondente internacional
Jornalista esteve na UCS na noite de segunda-feira, 26, para um bate-papo e sessão de autógrafos do seu primeiro romance
“Tenho grande respeito pelos papas, é um cargo muito solitário e difícil”. Essas foram algumas das palavras da jornalista Ilze Scamparini que abriram o bate-papo realizado na noite de segunda-feira, 26, no Salão de Atos da Universidade de Caxias do Sul. Ilze passou por Caxias do Sul para autografar seu primeiro livro, Atirem direto no meu coração, e foi convidada a falar sobre sua trajetória como correspondente internacional da Rede Globo.
Sua relação com o noticiário do Vaticano é notável há 23 anos, desde que a jornalista nascida em Araras, interior de São Paulo, mudou-se para Roma. Aos 64 anos, 40 deles de Rede Globo, Ilze tornou-se a principal porta-voz do papado junto ao telespectador brasileiro. “João Paulo II era de um carisma fora de série, de juntar multidões de fiéis. Bento XVI era de uma amabilidade quase feminina, apesar de não aparentar. E o papa Francisco é muito corajoso, está resistindo bravamente a perseguições e boicotes de alguns setores da Igreja por reconsiderar alguns conceitos católicos, como em relação à homossexualidade, por exemplo”, destacou Ilze.
O bate-papo foi introduzido pelo reitor da UCS, professor Gelson Leonardo Rech, que saudou a jornalista pela sua experiência e profissionalismo. “É um prazer receber neste ambiente de ciência e conhecimento uma profissional que representa o jornalismo feito com seriedade e credibilidade”, ressaltou o reitor. Afora suas experiências com o Vaticano, Ilze falou também da sua origem interiorana e de seu envolvimento com estudos sobre a imigração italiana. Neta de italianos, a jornalista não deixou de comentar sobre a oportunidade que teve de comer tortéi e sagú durante sua passagem por Caxias.
Autógrafos
Após o bate-papo, conduzido pelo jornalista caxiense Tales Armiliato, Ilze Scamparini autografou Atirem direto no meu coração ao longo de mais de uma hora, no saguão do Salão de Atos, no Bloco A da UCS. A obra revela a trajetória de Yana, uma sérvia que, por um motivo muito especial, se alista como soldado de milícia na guerra do Kosovo. Yana é, na verdade, uma grande vítima do abandono, de uma cultura violenta e do nacionalismo de Slobodan Milosevic. Esta é a essência do livro: a guerra não recruta pessoas, mas almas já devastadas pela dor, pelo sofrimento e pelo abuso.
Crédito das fotos: Bruno Zulian