Internacionalização em sala de aula: acadêmicos falam sobre suas experiências e aprendizagens.
Disciplinas curriculares dos cursos de Graduação ganharam versões em língua estrangeira, propondo aprendizados em uma nova perspectiva.
Novidade no último semestre, as disciplinas curriculares dos cursos de Graduação ministradas em língua inglesa promoveram o exercício de uma linguagem considerada universal consonante com os aprendizados previstos para a formação acadêmica. A iniciativa tem continuidade neste novo período letivo, com as classes Entrepreneurship e Between Technology, Business and Human Rights: the new Challenges of International Law. Confira a vivência dos acadêmicos que já participaram das aulas.
[Saiba mais sobre o programa das disciplinas e a experiência docente]
Abner Nodari, no quinto semestre do curso de Psicologia, cursou Sociedade, Cultura e Cidadania em inglês, impulsionado pela vivência de imersões anteriores, pelo docente ministrante e pelo desafio proposto. “As expressões linguísticas são fenomenais quando nos submetemos a aprender qualquer coisa fora da nossa língua nata”, afirma o estudante, que considera muito satisfatória a exigência de entregar produção textual em inglês, em nível acadêmico e proporcional à escrita em português quanto à articulação, semântica e gramática. “A relação com o curso e com os limites da linguagem faz com que adotemos novas posturas, talvez menos bairristas, com as demandas do mercado profissional e, inclusive, das pós-graduações”. O estudante explica que a experiência o instigou ainda mais a estudar e consumir material originalmente em inglês e ao desejo de cursar, no próximo ano, a disciplina de Neurociência na mesma modalidade.
A acadêmica Marina Castilhos (foto à esquerda) , durante o sexto semestre de Psicologia, optou por cursar Neurociência na língua inglesa, pensando em ampliar o desafio de aprender em uma área que já considera difícil na língua nativa. Professora de inglês, já tendo residido fora do país, ela concebe a perspectiva de expandir a trajetória acadêmica. “São aprendizados importantes para cursar Mestrado e Doutorado no exterior, considerando conteúdos e linguagem acadêmica, além de um treino para a vida”.
“Valorizarmos o idioma junto com o aprendizado específico para nossa formação resulta em evolução pessoal”, concorda a colega Joana Franzoi D’Arrigo (foto à direita), no quinto semestre da graduação em Psicologia. Com experiências de intercâmbio e trabalho no exterior, a estudante identificou na disciplina a possibilidade de manter a prática da conversação na língua inglesa, superando o desafio de aprofundar, junto com professor e colegas, conhecimentos que incluem a terminologia específica à área de estudos.
No terceiro semestre do curso de Ciências Econômicas, Lucas Muckler Pereira (foto à esquerda) acumulava a bagagem de aprendizado dos cursos de idioma que frequentou, mas nunca havia experimentado aplicar – e ampliar – esses conhecimentos na área de negócios. “Adiantei a inscrição – a disciplina de Empreendedorismo é de quarto semestre – por acreditar ser uma oportunidade única. Para além de compreender os termos relativos à atividade empresarial em inglês, criar uma empresa muda nossa percepção pessoal e profissional, ao conhecer as dificuldades reais dos empreendedores”, afirma, com destaque para a interação com os colegas.
Um dos colegas de Lucas é Eduardo Buogo (foto à direita), no oitavo semestre do curso de Comércio Internacional, que registra vivências internacionais desde a infância e atua, inclusive, como professor de inglês. Voltando de um intercâmbio de seis meses, optou pela disciplina para manter a conexão com a língua e compartilhar conhecimentos. A proposta de análise e resolução de problemas complexos, em conexão com a linguagem diferenciada, estabelece uma “dimensão, um espaço mental que estimula o pensamento e a criatividade, propondo o aprender a partir de uma mentalidade criativa que leva a sair da zona de conforto”, descreve, ressaltando a colaboração e o aprendizado durante o processo.
Chegando ao sexto semestre do curso de Direito, Lindainês Neves Zulian da Silva (foto à esquerda) foi aluna de Entre Tecnologia, Negócios e Direitos Humanos: os Novos Desafios do Direito Internacional. Com base em curso de inglês e conversação em chats, e considerando as especificidades do vocabulário profissional, vislumbrou a oportunidade de aprofundar a linguagem técnica vinculado a áreas de seu interesse, como Direito Internacional e Direitos Humanos. O receio da barreira linguística foi superado, alcançando um nível de comunicação ainda maior do que nas disciplinas em português durante a experiência que define como enriquecedora. Além da teoria e do treino no idioma, o processo de aprendizagem permitiu “ampliar as perspectivas sobre os mercados de trabalho para um profissional que se dispõe a aprender uma nova língua e outras culturas jurídicas”, avalia. Mais que motivar a busca de estudo e trabalho em âmbito internacional, ela pontua a demanda local pela compreensão de terminologia em outras linguagens, mesmo durante os estudos, em livros e artigos. “É importante entender não só a tradução, mas o contexto legal em que esses textos são escritos para poder interpretá-los corretamente”.
Fotos: Claudia Velho