Amostra biológica depositada no Herbário da UCS tem duplicata no Instituto de Botânica de São Paulo, onde pesquisadores descreveram o exemplar. Fato denota relevância da cidade universitária como unidade de manutenção da biodiversidade local.

Amostra biológica coletada no Campus-Sede da UCS, depositada no Herbário da Universidade e com duplicata na Brioteca do Instituto de Botânica de São Paulo (IBot), foi material para a descoberta de uma nova espécie de musgo, por pesquisadores do Instituto paulista.

A novidade resulta dos trabalhos desenvolvidos durante o Doutorado de Bianca Canestraro, sob orientação do professor doutor em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente Denilson Peralta, ambos especialistas no estudo de briófitas brasileiras (plantas que não possuem vasos condutores de seiva). Como tema de sua tese, na instituição de pesquisas científicas da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Bianca estuda um grupo de espécies de musgos ao qual o exemplar pertence (família Bryaceae). Identificando que ainda era desconhecido pela ciência, a pesquisadora fez sua descrição e, intitulado Brachymenium elimbatum Canestraro & D.F. Peralta, foi divulgado no periódico de botânica Phytotaxa.

O musgo, conforme comenta o curador do Herbário da UCS, o professor doutor em botânica Felipe Gonzatti, tem uma distribuição geográfica bastante restrita, ocorrendo somente nos municípios de Caxias do Sul, São Marcos e Morretes, no Paraná. A amostra foi coletada no Campus-Sede da UCS, em 2009, por uma colaboradora do Museu de Ciências Naturais da Universidade, que abriga o Herbário da Instituição, tendo sido estudada de forma detalhada nesse momento em que foi reconhecida como nova espécie. “O fato denota a importância do Campus como uma unidade de manutenção da biodiversidade local, inclusive de espécies ainda pouco ou não conhecidas pela ciência, e a necessidade de ampliarmos atividades de coleta e pesquisas voltadas à área”, contextualiza o professor.

O Herbário da UCS conta com um acervo de 53 mil exemplares, 98% disponíveis em bases de dados nacionais e internacionais. Em processo de digitalização, com acréscimo de imagens aos dados virtuais, as amostras são disponibilizadas, gratuitamente, para toda a comunidade acadêmica e científica, nacional e internacional.