UCS apresenta o Tribo Girls, projeto que incentiva o protagonismo feminino nas Ciências Exatas
Programa de capacitação com três anos de duração contempla 11 alunas de duas escolas da rede municipal de ensino de Caxias
Estimular o interesse, o ingresso e o protagonismo de meninas e mulheres em áreas historicamente marcadas pela baixa representatividade feminina: Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. É o que propõe o projeto TriboGirls: Tribologia Verde, Biotribologia e Engenharia de Superfícies – Ferramentas Multidisciplinares para a Integração de Meninas e Mulheres nas Ciências Exatas e Engenharias, que será desenvolvido nos próximos três anos pela Universidade de Caxias do Sul tendo como protagonistas alunas de duas escolas da rede municipal de ensino de Caxias.
O lançamento do projeto ocorreu dia 16 de maio, quando 11 alunas dos 8º e 9º anos das escolas de ensino fundamental Giuseppe Garibaldi e Professora Ester Justina Troian Benvenutti foram recepcionadas no Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação – TecnoUCS, no Campus-Sede. Elas, agora bolsistas do projeto vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foram selecionadas pelo bom desempenho escolar e interesse nas áreas das Ciências Exatas.

“Com base no que pude ver nesse primeiro encontro, minhas expectativas estão bem grandes. Teremos oportunidade de aprender muito, tanto por meio dos conteúdos de ciências quanto com as histórias de mulheres inspiradoras que já atuam nesse campo”, empolga-se Emilly Drum Soares, 14 anos, da Escola Ester Justina Troian Benvenutti. Entre as histórias que Emilly se refere estão as contadas por quatro egressas da área do conhecimento de Ciências Exatas e Engenharias da UCS, convidadas para, no evento do dia 16, dar seus testemunhos sobre pesquisas e carreiras. Silvana Pereira Rempel, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais (PPGMAT) da UCS, Jaíne Webber, doutora pelo mesmo programa, Luíza Schmitz, doutoranda também pelo PPGMAT, e Nathália Ferronato Livinalli, mestre e doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos e Tecnologias (PPGEPROTEC), inspiraram as adolescentes por meio de relatos espontâneos e sinceros sobre suas experiências acadêmicas e profissionais.

“Fiquei muito feliz e orgulhosa por ter sido selecionada para o Tribo Girls. Acho que o projeto pode me ajudar a ganhar mais confiança, descobrir novas habilidades e ampliar meus horizontes profissionais. Gosto muito de entender como as coisas funcionam e tenho curiosidade de aprender mais sobre programação e inovação”, comenta Scarleth Valentina Hernández Quintana, também de 14 anos, da Escola Giuseppe Garibaldi.
O evento de acolhimento às Tribo Girls no TecnoUCS teve a presença das pró-reitoras de Graduação, Terciane Ângela Luchese, e de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Neide Pessin. “A ciência e a tecnologia precisam do olhar feminino, que inspira possibilidades investigativas e gera questionamentos. A iniciativa Tribo Girls é muito louvável”, destacou Terciane. “O projeto propõe despertar nestas meninas um olhar sistêmico, e isso agrega na missão da UCS de entregar desenvolvimento tecnológico em resposta às demandas comunitárias e na busca da qualidade de vida. A UCS, por meio da sua Agência de Inovação, está de portas abertas a vocês”, ressaltou Neide.
Promoção da equidade

Coordenado na UCS pela professora María Cristina Moré Farias, o Tribo Girls integra uma rede nacional de iniciativas apoiadas pelo CNPq. O projeto tem foco na Tribologia – conceito científico que estuda o atrito, a lubrificação e o desgaste de materiais – e abrange três subáreas: Biotribologia, Engenharia de Superfícies e Tribologia Verde. Os conteúdos serão desenvolvidos por meio de oficinas, aulas práticas, seminários e atividades formativas, que também abordarão questões relacionadas a gênero, raça e inclusão. Esse, aliás, é um diferencial da iniciativa. “O Tribo Girls reforça o compromisso institucional da UCS com a promoção da diversidade, da equidade de gênero e da inovação, valoriza o papel das mulheres na ciência, incentivando novas gerações a ocuparem espaços de destaque em campos ainda marcados por desigualdades e promovendo a integração entre ciência, educação e responsabilidade social”, ressalta Maria Cristina.
A proposta envolve pesquisadores de diversas Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Norte. No âmbito local, conta com apoio e parceria da Fras-le Mobility, do Instituto Hercílio Randon (IHR), da Fundação Marcopolo e do Núcleo Qualificar a Educação para as Relações Étnico-Raciais (QuERER), da Secretaria Municipal da Educação.
Fotos: Bruno Zulian